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Transformação Sustentável de Macaé é Destaque em Seminário Científico no Nupem

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Professores e representantes do poder público local se reuniram no Nupem, no dia 6, para discutir como a ciência pode impulsionar o desenvolvimento de Macaé. A iniciativa busca também prevenir um colapso econômico, já que o município de 260 mil habitantes, no Norte Fluminense, depende fortemente das receitas da indústria do petróleo, um recurso natural não renovável. O evento foi organizado pelo sindicato dos docentes (AdUFRJ).

“Estamos aqui pensando como esse polo universitário pode contribuir para criar formas alternativas de desenvolvimento, menos dependentes de um combustível fóssil e menos nocivas ao meio ambiente”, afirmou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.

O ecossistema científico necessário para essa transformação já existe em Macaé e precisa ser fortalecido. Além da UFRJ, a cidade conta com instituições como a UFF, o IFRJ e a faculdade municipal Femass. “Temos aqui um município com vocação para a produção de ciência, tecnologia e capacitação de mão de obra”, destacou Mayra, que também coordena o Observatório do Conhecimento, uma rede de associações docentes em defesa das universidades públicas.

O diretor da AdUFRJ e professor do Nupem, Rodrigo Nunes da Fonseca, ressaltou a capacidade da cidade para liderar essa mudança. “Na década de 1980, o município iniciou uma política sólida para atrair universidades públicas, tornando-se de uma cidade exportadora de universitários para um polo universitário que abriga milhares de estudantes e cientistas”, explicou. “Somente a UFRJ possui mais de 400 docentes e técnicos, muitos com doutorado, aptos a apoiar iniciativas públicas e contribuir com a sociedade de Macaé”, completou. Segundo ele, a cidade tem uma oportunidade única de crescer com equidade econômica, social e preservação ambiental, seguindo modelos bem-sucedidos de municípios como São Carlos e Campinas.

Para a professora Ligia Bahia, representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência no encontro, o crescimento deve estar alinhado à industrialização e à igualdade de renda. “Somos uma sociedade marcada pela escravidão e pelo extrativismo, o que gera imensa desigualdade. Como mudamos isso? Com desenvolvimento e modernidade”, afirmou. Ela defendeu uma indústria não poluente e orientada pela inovação. “Precisamos investir em ciência para criar soluções que ainda não existem, desde medicamentos até projetos habitacionais. O Brasil precisa superar o modelo extrativista com modernidade e equidade”, concluiu.

Apesar do potencial, há limitações, destacou o vice-prefeito eleito Fabiano Paschoal (MDB). “Juscelino Kubitschek prometeu desenvolver o Brasil 50 anos em 5. Nós tentamos recuperar Macaé 200 anos em 4, e isso não é fácil”, comparou. Ele observou que o município possui 17 mil servidores e uma folha salarial mensal de R$ 126 milhões, o que restringe investimentos em pesquisa e inovação. “Ainda assim, precisamos pensar Macaé 20 anos à frente. O petróleo não acabará amanhã, mas o futuro exige alternativas”, pontuou.

Encerrando o seminário, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, reforçou o papel da universidade em transformar a identidade de Macaé. “Hoje, somos conhecidos como a ‘capital do petróleo’ ou ‘capital da energia’. Nosso dever é contribuir para que esta cidade seja também reconhecida como a Cidade do Conhecimento”, concluiu.