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Neguinho da Beija-Flor diz que samba-enredo virou “música de Chico Buarque” e critica samba “de escritório”; entenda

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Intérprete oficial da Beija-Flor desde 1976, Neguinho da Beija-Flor é uma enciclopédia quando o assunto é Carnaval. Em entrevista ao podcast Bulldog Show, o cantor e compositor disse que o samba-enredo virou “música de Chico Buarque” graças aos sambas “de escritório”, que estão cada vez mais em alta, mas não definem, de fato, a essência da festa.

O que é samba de escritório?

De acordo com Neguinho, samba de escritório é aquele samba feito por intelectuais, que compõem letras incapazes de serem compreendidas pela massa e por quem realmente vive o Carnaval.

“Samba de escritório é aquele samba que, por exemplo, pega um intelectual em letra ali, um bom de melodia aqui, coisa e tal, aí eles vão pra um setor e um grupo faz o samba pra dez escolas”, explicou o intérprete.

“O escritório pega umas frases que uma baiana, que estudou até o quinto ano do primário, vai falar ‘o que é isso?’. Não desmerecendo as baianas, eu mesmo tenho muito mal o segundo grau. Eu, que sou do ramo, vou ter que consultar a internet pra saber o que eles querem dizer”, exemplificou.

“Intelectual não curte samba”

Para o intérprete da escola de Nilópolis, o samba de verdade é raiz, feito e consumido pela grande massa. “O samba-enredo virou música de Chico Buarque, e a diretoria, na minha concepção, embarca pra dizer que ela é intelectual também. O samba é pé no chão, é Aroldo Melodia, é Didi”, opinou ele, que foi além: “Intelectual não curte samba”.

Os desfiles e até mesmo os ensaios não são mais como antigamente, quando não dava nem pra andar dentro da quadra da Beija-Flor.

“Na minha época, que quem ganhava o samba era compositor, aquele cara que parava no botequim e tomava um goró, as quadras eram mais lotadas, você não se mexia numa Beija-Flor numa época dessa, numa União da Ilha, numa Portela”.

Confira a entrevista completa:

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