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Questão machista de concurso público da FGV é anulada após grande repercussão negativa

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O concurso público realizado no último fim de semana em Macaé segue repercutindo, reverberando até mesmo fora da esfera municipal. A prova elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) virou motivo de debate fora do âmbito educacional por conta de uma das questões de português que pede ao candidato para escolher uma opção que não expressasse uma crítica ao fato de “a mulher falar demais”. O fato gerou grande indignação na cidade, principalmente pelo fato de que o concurso da educação foi realizado em sua maioria por mulheres. A ex-secretária de Educação e vereadora eleita na última eleição chegou a se pronunciar publicamente contra a FGV.

Além de usar o termo “mulher fala demais”, a situação ainda piora quando chegamos as opções disponíveis na prova. Uma delas trazia o seguinte conteúdo: “a língua é a última coisa que morre em uma mulher”. Outra já afirmava: “gosto de mulheres jovens: suas histórias são menores”. Muitas mulheres deixaram a prova indignadas com a questão e com os responsáveis pela elaboração do caderno.

“Venho aqui falar da minha indignação com a FGV. Macaé espera um concurso público há 12 anos. E quando enfim temos o concurso nós passamos por situação humilhante. Humilhante de ver questões misóginas na prova, depreciando cada vez mais as mulheres. Vocês sabiam FGV que grande parte dos que concorreram são mulheres? E que nós não queremos nossa lingua cortada. Venho então aqui expressar meu repúdio, indignação e pedir providências como mulher e profissional da educação. Isso é inaceitável. Inadimissível. Fazer isso em um concurso público com esse tipo de questão em um momento onde lutamos por nossos direitos. Peço providências, respeito as mulheres e a nossa cidade”, disse Leandra.

Vale ressaltar que o caderno de provas foi elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A instituição inclusive afirmou que a questão será anulada “por não estar alinhada” aos princípios da mesma. A repercussão foi tamanha que a questão virou assunto de vários portais, ganhando destaque inclusive à nível nacional. Diante de toda a repercussão negativa, a Prefeitura de Macaé soltou uma nota de repúdio sobre as questões ofensivas do concurso público.

“A Prefeitura de Macaé repudia qualquer conteúdo ofensivo nas questões de provas em concurso público no município. Vale ressaltar que, cumprindo a lisura do processo e os critérios de confidencialidade, as questões de prova não são aprovadas previamente pela prefeitura, sendo restritas à banca Examinadora contratada, a FGV. A Prefeitura de Macaé já solicitou posicionamento oficial do órgão”, disse o poder executivo.